segunda-feira, 1 de outubro de 2012

VERGONHA! Direito Constitucional garante silêncio de Cavendish, amigo de Sérgio Cabral, durante a CPI


Sob a garantia de que os depoentes serão liberados imediatamente caso decidam ficar calados, a CPI do Cachoeira desengavetou ontem convocações polêmicas que vinham sendo adiadas pela base aliada do governo.

Foram chamados a depor Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (órgão paulista de estradas) no governo tucano.

Além deles, Raul Filho (PT), prefeito de Palmas flagrado em vídeo pedindo ajuda de campanha para o empresário Carlinhos Cachoeira, também foi convocado e será ouvido na terça. Os outros só serão ouvidos em agosto.

A convocação de Cavendish, adiada diversas vezes, só ocorreu após ele mandar recados de que não pretende falar. Sua construtora, segundo a Polícia Federal, teria abastecido empresas fantasmas do esquema.

No mês passado, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) causou polêmica ao dizer que membros da CPI recebem dinheiro para defender Cavendish -grupo que ele apelidou de "tropa de cheque".

Antes de aprovar as convocações, a CPI decidiu que será dispensado o depoente que recorrer ao direito de ficar calado para não produzir provas contra si.

A CPI, controlada pelo PT, também decidiu investigar os contratos da Delta com o governo de São Paulo -daí a convocação de Paulo Preto, que trabalhou no governo do agora candidato José Serra.

A oposição tentou contra-atacar propondo a convocação do deputado estadual José de Filippi (PT), tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, mas foi derrotada.

Em entrevistas, o ex-dirigente do Dnit disse ter recebido pedidos para levantar com empreiteiras dinheiro para financiar campanhas eleitorais do PSDB e do PT.

Outro convocado foi o empresário Adir Assad, que controla rede de empresas suspeitas de ter lavado dinheiro da Delta. Ele nega a acusação.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo